Os passos rápidos ecoavam pelo corredor vazio. Cada porta passada era um lembrete que ele estava atrasado. Gotas e gotas de suor corriam pela cara do garoto franzino enquanto suas passadas ficavam mais lentas.
- (Eu não devia ter ficado acordado até tarde) – mentalmente ele se lamentava. - (Mas o livro é muito interessante.) - ele tentava se justificar. - (Mas o professor vai arrancar meu rim e comer minhas tripas. ) - Em uma passada pela janela do corredor ele vê o relógio na torre de marfim marcando “9:09”.
-(Estou morto, morto morto.) - Ele vira o corredor e entra no corredor interno do 2º piso do lado norte da escola. Ao longe ele vê seu objetivo, a porta da sala 112. Seus passos diminuem o ritmo. Ele suspira e pára.
-(Ele vai me matar, matar, matar.) Lentamente a mão suada segura o trinco da porta e a abre.
- (Talvez ele não veja eu entrar...) - Ele pensa, rezando para que o professor esteja olhando a macieira lá fora. Afinal, era um dia bonito, inicio do mês de Chocobo, as maças estão brilhantes lá fora.
Uma pena que o professor Querada não gosta de maças.
-“Pois é! Deem boas vindas ao nosso querido colega, Montega!” O professor brada, olhando para o rapaz que tentava entrar escondido.
- “Por uma sorte absurda e magnifica ele sobreviveu!” -O garoto abre um sorriso amarelo e começa a caminhar para sua carteira. Era a segunda da fila do meio, mas os 4 metros pareciam distantes demais, enquanto os olhos do professor Querada engoliam ele vivo e mastigavam-no na frente dos outros alunos.
- “Desculpe professor, eu me atrasei, eu estava...” - Mas ele foi interrompido: - “Sabem, aconteceu uma vez, acho que foi no semestre passado, vocês ainda não estavam na academia.” - O professor bradou.
- “Ele estava “enrolado” para vir para minha aula. Sabem, dormiu demais. Lá estava esse aluno, andando pelos corredores, querendo chegar na minha sala de aula, sabem, sem pressa, afinal, era só nove e dez da manha. Era um dia bonito como esse, sabem, e o aluno estava lá, caminhando sem pressa, como se nada fosse acontecer com ele. Até que no momento que ele virou no corredor, uma criatura feroz o atacou! Arrancando o braço dele com uma mordida! O garoto ficou apavorado, e não conseguiu gritar! E a coisa avançou novamente! Nesta hora, eu estava aqui, dando minha aula quando ouvi um grito de horror! AHHHHH!!!!!”
- “Eu corri para o corredor para ver o que aconteceu. E lá estava o corpo inerte do garotinho. Sem um braço, e sem os olhos!!! Sangue espirrado pelas paredes, e nem sinal do agressor. Não haviam pegadas, não havia nada. Somente o corpo ensanguentado.” - O professor dá um suspiro, e vira para os alunos novamente. - “Ele morreu. E até hoje ninguém sabe o que aconteceu. Mas uma coisa é certa...”
- Ele então coloca as mãos na classe do Montega e grita:
“QUE SE VOCÊ CHEGA NO HORÁRIO PARA A AULA DO PROFESSOR QUERADA, VOCÊ NÃO É MORTO POR UM MONSTRO DEVORADOR DE OLHOS!!!”
Legal cara. Juro que eu consegui ouvir e ver meu professor de quimica dando essa bronca enquanto lia XD
ResponderExcluirValeu Lucas! E obrigado pela visita
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